Apple Expressa Forte Preocupação com Decisão da Comissão Europeia

Apple Expressa Forte Preocupação com Decisão da Comissão Europeia

Nos últimos meses, a Google tem trabalhado intensamente para atender às exigências da Lei dos Mercados Digitais, e agora, em comunicado oficial, expressou a sua intenção de revisar completamente a decisão de designação anunciada hoje. A empresa também afirmou que continuará a colaborar estreitamente com a Comissão Europeia, comprometendo-se a cumprir a lei enquanto busca trazer serviços inovadores e úteis para toda a população europeia.

Por sua vez, a gigante tecnológica do Vale do Silício, responsável pela criação do iPhone, também emitiu um comunicado em que expressa grande preocupação com a decisão anunciada. A Apple destacou as potenciais implicações da medida para a privacidade e segurança dos dados dos utilizadores e enfatizou seu compromisso em mitigar essas preocupações e proteger os interesses de seus clientes.

A Comissão Europeia anunciou recentemente que designou a Google, Microsoft, Apple e outras três empresas de tecnologia como intermediárias de conteúdo, concedendo-lhes um prazo de seis meses para se adaptarem às novas obrigações estabelecidas na União Europeia (UE). Além disso, a Comissão abriu investigações específicas em relação à Microsoft e à Apple.

Essa informação foi divulgada no contexto da primeira lista de intermediárias de conteúdo, também conhecidas como ‘gatekeepers’, na UE, conforme definido pela nova Lei dos Mercados Digitais. Essas empresas tecnológicas de grande porte atuam como intermediárias entre empresas e utilizadores, desempenhando um papel fundamental na conectividade digital.

A lista de ‘gatekeepers’ inclui empresas como a Alphabet (holding da Google), Amazon, Apple, ByteDance, Meta (anteriormente conhecida como Facebook) e Microsoft, abrangendo um total de 22 serviços de plataforma essenciais oferecidos por essas empresas. Elas têm agora seis meses para garantir o cumprimento integral das obrigações estabelecidas pela Lei dos Mercados Digitais.

Paralelamente, a Comissão Europeia iniciou quatro investigações de mercado para avaliar de forma mais detalhada as alegações apresentadas pela Microsoft e pela Apple, segundo as quais alguns de seus serviços de plataforma não atendem aos critérios de ‘gateways’, apesar de atingirem os limiares estabelecidos. Isso inclui serviços como Bing, Edge, Microsoft Advertising (Microsoft) e iMessage (Apple). Essas investigações visam determinar se as empresas apresentaram argumentos suficientemente fundamentados para justificar a exclusão de seus serviços da categoria de ‘gatekeepers’.

Além disso, a Comissão Europeia também lançou uma investigação separada para determinar se o iPad da Apple deve ser designado como ‘gatekeeper’, apesar de não atender aos critérios de limiares financeiros estabelecidos. Essa investigação deve ser concluída em 12 meses, de acordo com a Comissão.

A Comissão Europeia enfatizou que, embora o Gmail, o Outlook e o Samsung Internet Browser atendam aos critérios estabelecidos na Lei dos Mercados Digitais para serem considerados ‘gatekeepers’, esses serviços apresentaram argumentos suficientemente justificados para demonstrar que não funcionam como ‘gateways’ para seus serviços de plataforma de base, e, portanto, não receberam essa designação.

Em virtude dessas designações, as empresas designadas como controladores de acesso têm agora um prazo de seis meses para cumprir todas as obrigações estipuladas pela lei. Isso visa proporcionar mais escolha e liberdade aos utilizadores finais e utilizadores empresariais que dependem dos serviços dessas empresas.

A designação como intermediária de conteúdo (‘gatekeeper’) se aplica a plataformas digitais com um volume de negócios anual na UE de pelo menos 7,5 mil milhões de euros nos últimos três anos financeiros ou um valor de mercado de pelo menos 75 mil milhões de euros. Além disso, essas empresas devem operar em pelo menos três Estados-membros da UE e ter mais de 45 milhões de utilizadores finais ativos mensais, além de mais de 10 mil utilizadores empresariais ativos anualmente nos últimos três anos.

A Lei dos Mercados Digitais entrou em vigor em novembro do ano passado e estabeleceu regras claras para as empresas de tecnologia com status de ‘gatekeepers’, definindo o que podem ou não fazer na UE. Ela funciona como uma espécie de lista de regras para essas grandes plataformas, e prevê multas substanciais, podendo chegar a 10% do volume de negócios global da empresa, em caso de violação das normas, com uma penalidade de até 20% em caso de reincidência.